5 meses depois...

tenho de voltar ao trabalho. Aconteceu novamente. Devia ser mais fácil desta vez porque é a segunda, mas não. Vou perder a fase mais gira do meu bebé. Ele vai rir muito para a educadora e auxiliares na escola, mas devia ser para mim. Não vou estar presente quando começar as primeiras gracinhas e conquistas. Alguém fará o papel que é suposto ser o meu. Eu sou a mãe mas vão roubar-me o tempo que deveria ser exclusivamente dele. Vou ser uma mãe em part-time e isso deixa-me triste.

Vão começar as doenças terminadas em ite. Estarei provavelmente 3 horas por dia com eles, afinal tenho 2 piquenos. Sou uma mãe comum e nessas 3 horas tenho de preparar 2 refeições diferentes, (uma para o bebé sem sal) e outra para os crescidos. Preciso de organizar roupas, lavar, tirar nódoas, estender, dobrar, passar, arrumar na gaveta. Tenho de garantir que no outro dia há fraldas, leite, cereais, frutas, caso estejam a acabar preciso ir às compras quando sair do trabalho. Vou às compras e perco no mínimo 1 hora logo é um dia em que só vou "estar" 2 horas com eles.
Durante as 3 míseras horas é preciso também dar banho a 2, limpar ouvidos, cortar unhas, pentear, meter cremes cheirosos e vestir o pijama. Depois segue-se o jantar, birra para cá, birra para lá, comida no chão, sopa no meu cabelo. É preciso arrumar a cozinha, lavar, esfregar, varrer chão, levar o lixo.
Se sobrar tempo ainda podemos quem sabe fazer legos, ler um livro, fazer um jogo ou simplesmente mimar os nossos bebés.
Não é justo, 4 ou 5 meses de licença é uma crueldade e as 2 horas que as empresas dão, de muito má vontade, sabem a pouco. Nós mães não temos tempo para os nossos filhos e é assim que vivemos.
É triste demais. Estamos a perder tanto.

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mamodependente

É oficial, tenho um filho viciado em mamas.
Não quer sopa, detesta biberão, nunca usou chucha e chupar que é bom só na minha pessoa.
Parece um bezerrinho coisa mais fofa da sua mãe.
Nos primeiros meses gastei 2 frascos de aero-om numa tentativa desesperada de incutir-lhe o hábito da chucha, que dá tanto jeito para os tranquilizar e nada.
Entretanto fui tentando dar-lhe biberão mas novamente sem sucesso.
Aos 4 meses iniciámos as sopas e tem sido uma luta. Chora, engasga-se cospe e eu que a coma.
Está a terminar a licença de maternidade e creio que vou ter uma nova companhia no escritório pois não posso desatarraxar as mamas para ele se alimentar.
Alguém tem truques para, literalmente, desmamar putos?

fui só ali ser empresária

Isto de ser mãe de 2 bebés, vaca leiteira de um, mulher, fada do lar, blogger e quase empresária, tem muito que se lhe diga. O dia só tem 24h e com as mil tarefas que tenho para fazer é impossível chegar a todos os lados. A situação só pode ser mais caótica quando regressar ao meu trabalho a tempo inteiro e está tão breve que até tenho urticária só de imaginar.

Ando a trabalhar na nova coleção e imagem do meu terceiro cutxi baby (Oh! Cutxi Kids) e tenho tantas surpresas para revelar que quase me mijo faço xixi nas cuecas de tanta excitação!

Coleção Sweet Temptations disponível em Oh! Cutxi Kids 

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por falar em cocó e xixi

O baby mais velho com 2 anos já não usa fraldas. O desfralde começou sem grande sucesso no início de Junho. Previ o pior. Pela resistência que fazia ao bacio e à sanita imaginei-me a comprar-lhe fraldas e Halibut até aos 18 anos. 

Na escola e em casa começámos por deixá-lo andar à fresca! Quando tinha vontade chorava, gritava dava pulinhos e não queria de modo nenhum sentar-se na sanita e bacio. Passou-se 1 mês nisto. Entretanto num fim-de-semana gipsy no campo, andou sempre sem fralda e achou piada a fazer na terra. A avó insistiu que assim ele podia regar as plantas. Foi o mote perfeito. Até hoje não usou mais fraldas, nem de noite.

Se foi o método correto não sei, mas resultou.

Recomendo para quem está a passar pelo mesmo processo o livro Até os Piratas Fazem Cocó que retrata a vida do pirata Pipo que está a aprender a usar o penico.  A história é gira e traz um quadro de conquistas com autocolantes. Também há a versão para meninas.

O Pipo é a personagem preferida do meu pirata e faz parte de todas as histórias que contamos cá em casa.

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Bigodaça

uma pessoa distrai-se uns minutos entra na casa de banho e parece que caiu um nevão.

- Salvadoooooor o que estás a fazer?

- O bidode!

Quase tinha um enfarte de tanto rir.

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aqui nem tudo é perfeito

Fotos capa de revista, putos penteados e sem nódoas a posar para a câmara e mães maravilhosas com o último grito dos outfits são o cenário recorrente na blogosfera nacional e internacional.

Faz-me confusão e dou por mim a pensar que talvez tenha uma família desajustada com os putos mais birrões e badalhocos do mundo.

O meu mais velho nunca quer tirar fotografias. Só o convenço a parar 1 segundo e olhar para a máquina quando a recompensa envolve açúcar. É ele e as focas no jardim zoológico.

O mais novo tem a cabeça pendurada, ou está a babar-se, ou tem os peitilhos da roupa na boca e quando o conseguimos finalmente arranjar desata a berrar.

Eu, ou estou despenteada (quase sempre), com bolsado nos ombros, toda amarrotada e com os trapinhos do costume.
Aqui nem tudo é perfeito, muito menos digno de conto de fadas mas é o que temos.

Numa tentativa de uma foto bonita...
Eu: "tira-me aqui uma foto mas em que eu não pareça tão gorda".
e Ele tirou. Homens.

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a Embalagem Solidária que ninguém conhece

Eu e provavelmente 98% da população nacional desconhece a existência de uma Embalagem Solidária através da qual podemos doar gratuitamente bens a instituições de solidariedade social. O projeto é dos CTT mas dele pouco ou nada se ouve falar. 

Para ajudar basta ir aos CTT pedir a embalagem, colocar os bens que queremos doar e escolher uma das 25 instituições que integram o projeto e estão mencionadas na caixa. O envio é feito gratuitamente pelos correios. 

Achei importante partilhar porque nesta altura fazemos arrumações nos quartos e roupeiros dos miúdos e há sempre dezenas de roupa que já não serve e aqueles livros ou brinquedos que estão a encher demasiado e que podem fazer outras crianças felizes.

"Devemos dar como queremos receber" é o mote da campanha que decorre durante todo o ano.

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Galderice de Outono

No calendário o verão ainda não acabou mas já se nota um cheirinho a outono no ar. Os dias mais pequenos e a temperatura amena convidam aos últimos passeios do ano em modo mini férias.

Aceitámos o gentil convite de uns amigos e fomos conhecer a casa de xisto que recuperaram em Unhais-o-Velho, concelho de Pampilhosa da Serra. 

Já conhecia algumas aldeias de Xisto mas fiquei apaixonada por esta zona do país. As aldeias ficam embutidas nas serras e ao redor um misto de eucaliptos e pinheiros fazem com que a zona se torne fresca e pura. Nota-se o esforço das juntas de freguesia em requalificar os espaços e criar atrativos para o turismo. Há várias praias fluviais giríssimas e ótimas para ir com os miúdos, cascatas de água natural, piscinas, esplanadas e bares em sítios estratégicos, comida de babar, entre muitas coisas giras.

Está prometido o regresso no próximo ano em Julho, Agosto para que possamos ir chapinhar naquelas águas nórdicas.

Foram três dias intensos com muito passeio, gargalhadas, algumas birras, fitas no restaurante, vómito pelas curvas, paragens técnicas no meio da serra, comida excelente e gin reconfortante à noite na melhor companhia.

Quem opta por fazer estes passeios com miúdos já sabe que é preciso muita paciência mas no próximo post darei algumas dicas e truques de sobrevivência.

#Unhais-o-Velho

#Barragem de Santa Luzia

Praia Fluvial de Santa Luzia (dizem que o nível da água está muito baixo este ano)

 #Soito

#Janeiro de Cima

#Janeiro de Baixo

#Fajão

contador de histórias da aldeia

#Piódão

#Foz D'Égua

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As pessoas que ninguém quer

Enquanto escrevo este texto estão provavelmente milhares de pessoas à deriva num barco de borracha algures pelo mediterrâneo. Uns estão a afogar-se, outros com fome, muitos em sofrimento, todos com medo certamente. São homens, mulheres, crianças, bebés. Fogem à guerra, à fome, à instabilidade, ao extremismo. Vêm à procura de paz, comida, civilização e quiçá de Vida. A maioria é resgatada e conduzida para uma espécie de campo de concentração onde ficam à espera do desconhecido. Na realidade ninguém sabe o que fazer a tantas pessoas. Vêm aos milhares, já são milhões e ninguém os quer.

Despois há os filhos da puta que lhes prometem o paraíso e enchem os bolsos à conta da miséria alheia. Gentinha poderosa por aquelas bandas que ilude, rouba o pouco que têm e leva-os para o mar de onde com muita sorte se safam. Gente que não é gente.

Pela comunicação social chega-nos imagens da desgraça. Pais desesperados com crianças pela mão. Bebés, muitos bebés e mulheres grávidas. Um menino morto que o mar devolveu à terra e que era filho de alguém. Podia ser meu filho.
Fogem por medo, navegam durante dias, percorrem km a pé por toda a Europa e nada melhora na vida dos migrantes, pessoas, as pessoas que ninguém quer.