29 outubro 2018

DIY de Halloween



Ratazanas me mordam se este ano não limpo o prémio de melhor vizinha de Halloween.

A competição está muito renhida e pelo que percebo as minhas conterrâneas andam a dar-lhe bué nos preparativos para a noite mais fantasmagórica do ano e a cutxi tribe também quer lugar de destaque no pódio.

Bem me lembro da vergonhaça que foi o ano passado, as minhas vizinhas cheias de saquinhos e etiquetas todas bóni e eu basicamente tinha um pote com doces e moedas para os putos sacarem a granel. Na Na Na, isto não é para mim, se a vizinhança se prepara para esta festividade eu também quero estar à altura.

Vai daí passei este domingo nórdico a fazer trabalhos manuais com os meus meninos, de onde saíram múmias, vampiros, abóboras e outras figuras terrivelmente assustadoras.

Aproveitámos o mood e também decorámos a nossa entrada para o Halloween, os miúdos vibram com estas coisas.  A tradição não é nossa mas como diz o velho ditado, se não podes com eles, junta-te a eles.

Crianças podem vir, estamos preparados para a doçura ou travessura.

26 outubro 2018

As tradições que importamos: Halloween

A festividade está longe de ser unânime, há quem goste, há quem odeie e depois há quem não esteja minimamente interessado no tema.

Para mim é como a cola-cola, primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Quando esta moda foi importada das américas achei bizarro e até um pouco estúpido. No entanto, ano após ano cada vez se fala mais neste evento, a indústria oferece um sem número de artigos, as escolas apoiam a ida de crianças mascaradas e já não há volta a dar. O Halloween veio para ficar. 

Os miúdos adoram vestir-se de esqueletos, bruxas, vampiros e vibram com a noite da doçura ou travessura. No meu bairro é uma loucura de crianças que andam pelas ruas a pedir doces à vizinhança. É também interessante perceber que a maioria das pessoas já está preparada e fazem inclusive saquinhos próprios com guloseimas. 

O grande contra censo é que na manhã seguinte, a 1 de Novembro, também andam crianças nas ruas a pedir Pão por Deus. No entanto são bem menos que as crianças do Halloween. Tenho muita pena que as tradições estrangeiras se sobreponham às nacionais e pelo que tenho observado nos últimos anos, o Pão por Deus tem os dias contados.


*****
Segue as aventuras da tribo aqui: Instagram @blog_ohcutxicutxi | Facebook 
Autora Mães.PT

22 outubro 2018

O casamento da minha amiga de infância



Conhecemo-nos em Setembro de 1989, era o primeiro dia de escola primária e eu sentei-me ao lado dela. Fomos colegas de carteira durante 9 anos, juntas aprendemos a ler e a escrever,  mudámos a dentição, partilhámos brincadeiras, confissões sobre os primeiros amores, juntas construímos uma história, a história da nossa amizade tão pura.  São quase 30 anos e não podia estar mais grata por ter uma pessoa tão genuína na minha vida. 

A minha amiga de infância casou e foi um dia memorável como nos contos de fadas. Ela encontrou a sua cara metade ao ritmo da Kizomba, apaixonaram-se e no dia 6 de Outubro fizeram juras de amor eterno. 

Que fim de semana incrível para todos nós. A festa realizou-se na Quinta Lago dos Cisnes na zona de Braga e digo-vos que nunca vi um espaço tão mágico para casar. O rio, os lagos, os jardins, a comida, a decoração, o serviço, tudo unbelievable como se diz lá fora! A melhor quinta de Portugal sem qualquer dúvida.

20 outubro 2018

A fada da cremalheira

Eu ainda sou do tempo em que os dentes caíam e basicamente não acontecia nada de especial. 
Quer dizer até estou a mentir porque as avós sempre gostaram de mandar embrulhar os dentes com os quais mamámos numa ceninha de ouro. Esse clássico da ourivesaria servia de penduricalho para aquele colar que usámos uma vez na vida, no casório de alguém.

Minhas amigas se não tiverem o vosso dentinho de leite embalsamado em ouro das duas uma, ou as vossas famílias estavam-se a cagar para criar memórias nas vossas vidas, ou não tiveram dentes de leite. 

Sobre este tema ainda recordo tão bem a satisfação da minha mãe em ver-me bálizes. Se os dentes não caíam naturalmente e abanicavam durante muito tempo, ela fazia questão de dar um empurrãozinho. A minha mãe usava uma técnica milenar inspirada nos homens de neardental e achava-se a maior lá da aldeia.

Basicamente laçava o dente teimoso com uma linha de costura e quando eu menos esperava dava um puxão à macho e a dentuça voava da boca para sabe-se lá onde.  Juro pela minha saúde que isto é verdade e creio que não estou sozinha porque nos anos 80 as mães eram assim muito especiais. 
Nunca ouvi falar em fadas (pelo menos que me recorde).

Passaram 30 anos, os miúdos mudam a dentição e parece que é natal. Toca a comprar o presente para a fada das favolas trazer enquanto dormem. Nós pais somos incríveis. 

Por aqui é igualzinho. O meu menino crescido com 5 anos já lhe faltam 2 peças à frente e nós cumprimos à risca com o lendário ritual. O primeiro dente caiu no segundo dia de escola nova e ele ficou tão feliz quando mostrou a novidade. O segundo caiu enquanto dormia. Eles sentem-se tão crescidos com esta evolução. 

Aqui na tribo somos muito apologistas de manter as lendas bem vivas e de fazê-los acreditar nestas histórias. Afinal a magia das crianças é isto mesmo.

Adoro ver a reação deles quando vêem que aconteceu, que a fada deixou um presente ou que o pai natal comeu o lanche e ai de quem disser aos meus filhos que isto não é verdade. 

Nunca vou entender os pais que não se esforçam para que os filhos vivam estes momentos de pura magia.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...