Eu sou do tempo em que as únicas atividades extra curriculares que existiam era brincar na rua com a vizinhança, esfolar joelhos com os tralhos de bicicleta, jogar ao 7, jogar à macaca, ir às folhas de amoreira para os bichos da seda e brincar às escondidas até a minha mãe gritar o meu nome à janela para regressar a casa.
Fui tão feliz assim e não me sinto ignorante por não saber tocar piano, por nunca ter vestido um maillot de ballet e aprendi a nadar mesmo sem frequentar aulas de natação.
Atualmente quem não tem os meninos em 33 atividades extra curriculares é visto como pai despreocupado.
As atividades são quase impostas e como nós pais queremos o melhor para os nossos filhos deixamo-nos levar pelas modas.
Cá por casa as atividades extra realizam-se no horário escolar o que é maravilhoso pois não há uma sub carga de horário para pais e crianças.
Inicialmente inscrevi o mais velho no Karaté mas as birras constantes para ir às aulas e eminente 3.ª guerra mundial sempre que tinha de vestir o kimono demoveram-me da ideia. Se ele não gosta não vale a pensa insistir.
Depois seguiu-se a natação. Achava que ia odiar por causa da touca mas enganei-me redondamente. Por precaução comprei uma touca de adulto para ficar mais folgada e nunca reclamou. A natação é às segundas e é a atividade preferida da semana.
Continuou também a expressão musical que tinha iniciado no ano passado e que o ajudou bastante a soltar-se. Até aos 2 anos nunca tinha troteado uma música, nem os parabéns que todos os miúdos sabem desde os 9 meses, não gostava de dançar e era muito retraído. A música ajudou a soltar-lo e por isso mantive essa atividade.
Por último tem também ginástica que faz parte das atividades obrigatórias da escola e que também delira, tirando as sapatilhas claro.
Tem 3 anos e os dias preenchidos com atividades simples que completam o dia na escola.
Se fica feliz eu também fico.
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