Após 3 dias em New Delhi, seguimos para Jaipur.
À hora combinada o Ambrósio esperava alegremente por nós, sempre de turbante imaculado. Adeus Delhi, olá Jaipur. A viagem de aproximadamente 265 km foi divertida e deu para perceber que os indianos são os melhores condutores do mundo! Ao longo da viagem há várias portagens e postos de controlo com polícia.
A reter sobre a viagem: Ultrapassamos centenas de camiões, não há 10 metros sem pessoas, carros, motas, burros, elefantes, rickshaws, camelos, etc. e o Ford Fiesta de 1996 que outrora tive e que a minha irmã afogou numa vala, na Índia era um topo de gama!
Dou um berro histericamente, finalmente vejo a primeira vaca sagrada e o Ambrório (que deve ter pensado que eu não batia bem cabeça) diz: “Madam we arrive at Jaipur”. Eu madame? Adoro***
À medida que vamos entrando pela cidade eu penso…OMG…OMG…agora sim estamos na Índia!!!
Visitámos um pequeno forte à saída da cidade, uma fábrica de tapeçarias, e joalharia. Foi a primeira vez que o Ambrósio nos levou a este tipo de lojas comerciais cujo objetivo n.º1 é impingir os artigos ao turista, para no fim ganhar a sua comissão! Mas aqui a menina já anda nestas lides turísticas há alguns aninhos e conhece estas artimanhas! Resultado, a seca valeu pelo ar-condicionado e pelas coca-colas que nos deram enquanto víamos as diversas demonstrações!
Já era final de tarde e dispensamos o Ambrósio. Ficamos horas parados simplesmente a observar os movimentos e comportamentos dos “Jaipurenses” e foi encantador. Milhares de pessoas e vacas passaram por nós naquela hora. O cheiro, as cores, os saris, o pó, os sorrisos, a confusão, as buzinas, as bijutarias, os turbantes, as crianças a pedir, a magreza extrema dos senhores dos rickshaws, os vendedores melgas…tudo se conjuga harmoniosamente e tudo faz sentido naquele espaço. Absolutamente mágico.
Após o momento de contemplação seguimos a pé passando pelo Hawa Mahal, ou Palácio dos Ventos.
O plano seguinte foi regressar ao hotel a pé, passando pelo bazar interminável que acompanha a estrada de um lado e do outro. Este bazar é como se regressássemos a 1923.
O segundo dia na “Pink City” começou com a visita ao Amber Fort, com direito a subida de elefante e tudo. (na altura não era má onda andar em cima de animais, agora talvez não o fizesse).
Seguiu-se o City Palace, onde o que tenho a reter é que os simpaticíssimos marajás que guardam o palácio querem “tip”- gorjeta, por tudo e por nada. Se olhamos vêm a correr pedir tip, se tiramos fotografia, pedem tip, se respiramos lá estão eles a pedir tip tip de mão estendida. São danados os senhores!
Visitámos também Jantar Mantar – o observatório astronómico
Foi em Jaipur que tivemos a primeira experiência “Bolywoodesca” Pois bem…com a tarde livre e sem saber o que fazer decidimos ir ao cinema ver um filme de Bollywood e posso dizer que foi um fartote de rir! Primeiro porque era uma comédia, segundo porque era em Hindi ou seja não percebemos um boi, terceiro porque os indianos comportam-se de forma, como devo dizer…“estranha” no cinema.
A grandiosa produção de Bolywood, digo grandiosa porque demorou 3h, dava por seu nome Houseful 2 e era a sensação do momento. Aquilo até estava a ser engraçado…uma comédia é sempre comédia em qualquer parte do mundo, mas 3h de filme??? OMG. A sala mais parecia um restaurante indiano do Martim Moniz, pois eles fazem mega picnics no cinema e não pensem que se limitam a pipocas e gomas. Quando digo picnic é mesmo picnic, com direito a geleira e tupperware. Mas o mais incrível para mim, para além do filme que eu classificaria de “cantoria e bailação abichanada”, foi sem dúvida a ovação que a plateia fazia sempre que algo de mais emotivo se passava na tela. Ou seja, sempre que o herói do filme fazia algo de bom, ou sempre que o parzinho romântico fazia as pazes a malta levanta-se da cadeira, esquecendo as chamuças, os tandoris e os dhals que caíam para o chão, e aplaudia, gritava, assobiava, transformando a sala de cinema numa festa digna da noite de 31 de Dezembro às 23h59! Surreal…mesmo muito surreal.
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